Economia: 

Minas Gerais é o terceiro estado mais rico da Federação. O PIB do Estado situa-se abaixo apenas ao dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Entre 2002 e 2006, enquanto a participação no PIB nacional do Rio de Janeiro ficou praticamente estagnada e a de São Paulo registrou uma queda, Minas Gerais teve um ligeiro aumento, de 8,6% para 9,1%.

No que tange às regiões metropolitanas, a análise do PIB revela que, entre 2002 e 2006, a RMBH apresentou crescimento econômico superior às regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo . Esse crescimento econômico se deu de forma mais intensa nos municípios do chamado Colar Metropolitano e nos demais municípios da RMBH, excluindo-se Belo Horizonte, em um típico fenômeno de descentralização comum às grandes metrópoles.

Em 2006, a RMBH gerou um PIB de R$ 44 bilhões, cerca de 1/3 da atividade econômica de Minas Gerais. O PIB de Belo Horizonte, no mesmo ano, foi de cerca de R$ 19,4 bilhões, contribuindo com 44% do PIB da RMBH e 15% do PIB estadual. Em 1985, as participações eram de 54% e 17%, respectivamente. Enquanto a participação de Belo Horizonte no PIB estadual registrou queda entre 1985 e 2006, a da RMBH, como um todo, teve ligeiro crescimento (de 32% para 34%), dado que os demais municípios da região metropolitana aumentaram sua participação no total.

No que se refere ao PIB per capita, Minas Gerais ocupa a décima posição no ranking nacional, abaixo do Distrito Federal e dos estados do Sul e Sudeste, além dos estados do Mato Grosso e Amazonas. Belo Horizonte tem um PIB per capita de R$ 8 mil, superior ao PIB per capita do Estado (R$ 6,6 mil), mas inferior à média da RMBH (R$ 8,9 mil), que é influenciada por municípios com PIB per capita elevado como Betim (R$ 26,8 mil) e Contagem (R$ 11 mil).

Analisando-se a composição do PIB de Minas Gerais, percebe-se que Belo Horizonte contribui relativamente mais na geração da riqueza do setor de serviços (20%) do que na riqueza industrial (13%) . O contrário ocorre com aqueles municípios do Colar Metropolitano e, principalmente, os demais municípios da RMBH, que contribuem relativamente mais na geração do PIB industrial.

A indústria representa um terço das atividades econômicas da RMBH. No entanto, há uma grande heterogeneidade em sua distribuição no território. Enquanto a economia de Belo Horizonte possui forte peso do setor de serviços, com a indústria representando apenas 17% do PIB municipal, em outros municípios importantes da RMBH a indústria é bem mais significativa, contribuindo com mais de 30% do PIB municipal.

Em relação ao perfil do setor empresarial, Belo Horizonte tem 66,4 mil empresas e 1,2 milhão de empregos formais, contribuindo com 16,6% e 30,1% das empresas e empregos formais de Minas Gerais, respectivamente. Entre 2000 e 2007, a Capital apresentou crescimento tanto do número de empresas como de empregos, porém abaixo da média da RMBH e do Estado. As micro e pequenas empresas, embora tenham reduzido a participação relativa na geração de empregos, são muito significativas para a geração de renda, em especial nos demais municípios da RMBH.

Trabalho: 

A composição setorial do emprego em Belo Horizonte aponta que 70% dos empregados formais estão no setor de serviços. Dentro dos serviços, administração pública, defesa e seguridade social são os subsetores mais representativos em decorrência de sua vocação administrativa. Com exceção da administração pública, nota-se que os serviços com maiores rendimentos – intermediação financeira e educação – são relativamente menos representativos na RMBH do que nas metrópoles fluminense e paulista. Esse aspecto sinaliza para o fato de que os serviços avançados de maior valor agregado e intensivos em conhecimento têm menor participação relativa no setor terciário da RMBH quando comparado às regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo.

A RMBH possui a segunda menor taxa de desemprego entre todas as regiões metropolitanas brasileiras, com 8,7% da população economicamente ativa procurando trabalho. Observa-se que, nos últimos anos, a RMBH registrou trajetória diferenciada quando comparada à média das metrópoles nacionais. No final dos anos 90, a taxa de desemprego da RMBH superava a média nacional, situação que foi revertida de forma acentuada nos anos seguintes.

No que se refere ao perfil da força de trabalho da RMBH observa-se que ela é mais escolarizada do que a média das regiões metropolitanas. Os trabalhadores ocupados possuem, em média, 9,6 anos de estudo, mesma escolaridade média da RMRJ e superior à da RMSP (9 anos). Além disso, outra característica marcante da mão de obra da RMBH é o fato de ela ter idade média superior à das demais metrópoles nacionais. A participação dos jovens no total de ocupados é de 14% na RMBH, enquanto que nas demais regiões e na média brasileira esse indicador é próximo a 20%. Entretanto, o capital humano mais escolarizado e de maior experiência instalado na RMBH não é refletido na renda do trabalho. De fato, a força de trabalho ocupada na RMBH apresenta rendimentos inferiores a todas as regiões metropolitanas do Sul e do Sudeste, além do Distrito Federal.

No tocante às relações de trabalho, cabe destacar que o trabalho por conta própria é menos representativo na RMBH, enquanto o percentual de empregadores é ligeiramente superior à média metropolitana. Além disso, observa-se que cerca de 20% das pessoas que abrem o seu próprio negócio na RMBH conseguem se tornar empregadores, acima das médias das metrópoles fluminense e paulista. Esse indicador pode ser interpretado como uma aproximação da qualidade do ambiente de negócios e do empreendedorismo local.

A evolução da renda domiciliar per capita da RMBH nos últimos 10 anos apresentou crescimento acelerado, em especial quando comparado a outras regiões metropolitanas. Entre 1997 e 2007, a renda per capita na metrópole mineira registrou o 3º maior crescimento entre as principais regiões metropolitanas brasileiras, abaixo apenas do Distrito Federal e do Recife.

Apesar desse crescimento, observa-se que RMBH ainda é a região metropolitana com menor renda domiciliar per capita entre as metrópoles do Sul e do Sudeste. Os moradores de um domicílio localizado na RMBH vivem, em média, com R$ 780 mensais (em reais de setembro de 2007), valor inferior à média do Brasil Metropolitano.

Assim como o crescimento da renda, a redução da desigualdade na RMBH também foi mais aceleradando que a média brasileira. O Índice da RMBH, que no início dos anos 90 era superior ao do Brasil Metropolitano, passou de 0,58 para 0,55 entre 1992 e 2007, ficando abaixo da média brasileira. Em relação às outras regiões metropolitanas, a RMBH apresenta uma posição mediana em termos de desigualdade de renda, inferior às principais metrópoles do Nordeste e a do Rio de Janeiro, mas superior àquelas situadas no Sudeste e Sul do Brasil.

Tanto a expansão da renda como a redução da desigualdade registradas na RMBH nos últimos 10 anos resultaram em uma substancial redução dos níveis de pobreza. Além disso, cabe destacar que, a despeito de sua menor capacidade de geração de renda, a RMBH tem o segundo menor percentual de pobres entre as dez principais regiões metropolitanas brasileiras, superior apenas ao de Curitiba. Na RMBH, 13% da população pertence a famílias com renda inferior à linha de pobreza e 3,3% a famílias com renda inferior à linha de extrema pobreza. No Brasil Metropolitano, aproximadamente 19% e 6% da população encontram-se na situação de pobreza e de extrema pobreza, respectivamente. Entretanto, apesar de registrar o segundo menor percentual de pobres das regiões metropolitanas brasileiras, a RMBH abriga municípios com grandes índices de pobreza. Há uma alta heterogeneidade na distribuição da pobreza na RMBH.

Em 2000, os municípios mais pobres eram Nova União, Taquaraçu de Minas e Jaboticatubas, que ficam a 40 km de Belo Horizonte e registram um percentual de pobres três vezes maior do que a Capital. Já no que se refere à pobreza dentro do município de Belo Horizonte, observa-se Venda Nova e Norte como as regiões administrativas mais pobres, com índices de pobreza em torno de 18% da população regional. No outro extremo, está a região Centro-Sul, com apenas 9% de domicílios abaixo da linha da pobreza.

Segurança:

Entre os anos de 1995 e 2004, a violência, medida pelo número de homicídios, aumentou significativamente na RMBH, em especial na Capital. Em 1995, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes na metrópole mineira era próxima de 15 e, a partir de então, cresceu acentuadamente, ultrapassando a marca de 50 homicídios por 100 mil habitantes em 2004, valor superior àqueles registrados por São Paulo e Rio de Janeiro na época. A partir de 2004, entretanto, a evolução dos homicídios, tanto na RMBH quanto na Capital, apresenta uma inflexão, registrando queda significativa. Além disso, reduziu-se também a participação de Belo Horizonte no total de homicídios na RMBH – de 51%, em 2000, para 45%, em 2007. É importante notar, no entanto, que, embora as ocorrências de homicídios e sua taxa por 100 mil habitantes tenham caído entre 2004 e 2007, essa queda ainda não compensou o aumento ocorrido nos dez anos anteriores. Cabe destacar que a trajetória da curva de homicídios na RMBH e na Capital é semelhante. Nos municípios do Colar Metropolitano, a violência manteve-se estável ao longo do período e em patamar mais baixo – próximo a 10 homicídios por 100 mil habitantes. De fato, nos últimos anos, a RMBH registrou queda não apenas do principal tipo de crime contra a pessoa física – os homicídios –, mas também nos crimes contra o patrimônio. Esse último experimentou redução de 38,5% no período, passando de 137,5 crimes por 100 mil habitantes para 84,6 .

Trajetória semelhante à dos homicídios pode ser vista com a criminalidade violenta30. Entre 1995 e 2004, os crimes violentos aumentaram em cerca de 300% no estado de Minas Gerais, passando de 136,3 para 546 crimes violentos por 100 mil habitantes. Historicamente, grande parte desse aumento esteve associado à escalada da violência na RMBH (onde vive mais de um quarto dos mineiros) e na capital Belo Horizonte. Entre 2003 e 2007, a tendência verificada é de queda nos crimes violentos na RMBH e na Capital e, a partir de 2004, no Estado também.

A criminalidade violenta se concentra nos municípios do Estado com maior número de habitantes e na RMBH. Porém, registra-se uma tendência recente a que essa situação se altere. Enquanto que em 2003 aproximadamente 74% dos crimes violentos ocorreram nos nove municípios mineiros com população acima de 250 mil pessoas, em 2006 essa porcentagem correspondeu a cerca de 68%. Esse mesmo fenômeno vem sendo observado também na RMBH. Em 2003, as ocorrências de crimes violentos na RMBH representaram 65,8% de todas as ocorrências de crimes desse tipo no Estado. Já em 2006, essa participação foi de 52,3%.

Educação:

A RMBH possui taxa de analfabetismo próxima à de metrópoles das regiões Norte e Nordeste do Brasil e bem superior àquelas localizadas no Sudeste e Sul. No entanto, entre 2001 e 2007, houve uma melhoria na redução do analfabetismo na RMBH, com uma redução do índice de 5,7%, em 2001, para 4,7%, em 2007. Vale ressaltar que, apesar da melhoria apresentada nos últimos anos, a evolução foi lenta quando comparada com outras regiões metropolitanas, como Recife, Distrito Federal e Fortaleza.

No que se refere ao nível de escolaridade da população adulta, a RMBH apresenta um quadro semelhante ao da taxa de analfabetismo. A escolaridade média da população adulta (7,9 anos de estudo) é superior apenas à das regiões metropolitanas de Fortaleza (7,2 anos de estudo) e Recife (7,6 anos de estudo) e bem inferior à das principais metrópoles do País: Rio de Janeiro e São Paulo possuem, ambas, escolaridade média de 8,5 anos de estudo.

Em relação à RMBH, a região aparenta apresentar elevada heterogeneidade, com destaque para Belo Horizonte. Em 2000, a capital mineira apresentou as menores taxas de analfabetismo entre a população com 25 anos ou mais. Nesse sentido, cabe destacar que o maior desafio de Belo Horizonte é reduzir as taxas de analfabetismo entre 10 e 14 anos de idade e entre 15 e 17 anos de idade, uma vez que o Município não se encontra bem posicionado nessas duas faixas.

Em relação à escolaridade média da população adulta, o índice de Belo Horizonte, em 2000, era significativamente superior quando comparado com o restante dos municípios da RMBH. Enquanto a população da Capital possui, em média, 8,1 anos de estudo, outros municípios, como Itatiauçu, Nova União e Rio Manso, não atingem nem 4 anos de estudo.

Em 2007, 96,7% das crianças entre 7 e 14 anos de idade frequentavam escolas regularmente. Apesar de elevado, esse índice coloca a RMBH na quinta posição entre todas as metrópoles brasileiras, atrás das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Em relação às regiões administrativas da capital mineira, os dados apresentados possuem bastante homogeneidade. A diferença entre a pior (Venda Nova) e a melhor (Noroeste) região é de apenas 1,4 ponto percentual. Entretanto, fazendo um recorte por faixas etárias, nota-se uma grande diferença entre a educação de jovens e a de crianças. Para a faixa entre 7 e 14 anos, os índices variam de 98,4% a 96,0%. Já na faixa entre 4 e 5 anos, os índices variam de 73,6% a 52,7%.

No tocante ao fluxo escolar, 5,8% das crianças entre 10 e 14 anos de idade possuíam um atraso escolar de mais de dois anos em 2007. Esse resultado coloca a RMBH na terceira posição no ranking nacional, atrás apenas das regiões metropolitanas de São Paulo (3,5%) e Curitiba (5,1%) e muito à frente das do Rio de Janeiro (13,1%) e Brasília (8,3%). Os índices do Município de Belo Horizonte são inferiores à média da RMBH .

A RMBH apresenta trajetórias muito heterogêneas entre as escolas municipais e estaduais. Entre 2005 e 2007, as escolas municipais de Belo Horizonte experimentaram uma redução do IDEB no ensino fundamental de 3,7 para 3,4. Vale destacar que nesse mesmo período um grupo considerável de municípios da RMBH apresentou progressos, casos de Brumadinho e Taquaraçu de Minas. Já nas escolas estaduais, Belo Horizonte apresentou evolução entre 2005 e 2007, elevando o índice de 3,5 para 3,8. Em comparação com outras capitais, Belo Horizonte ainda possui índices inferiores aos das principais metrópoles nacionais. Em 2007, Rio de Janeiro e São Paulo tinham valores de 4,3 e 3,9, respectivamente, para o IDEB, índices superiores aos apresentados por Belo Horizonte. É importante ressaltar que BH também possui índices inferiores a outros municípios da RMBH, em especial na rede municipal.

Saúde:

Na RMBH, a esperança de vida ao nascer era de 70,4 anos em 2000, a mais alta esperança de vida entre as regiões metropolitanas do Sudeste, ao lado da metrópole paulista. Em relação aos municípios da RMBH, a esperança de vida possui elevada disparidade, com diferença de 10 anos entre os municípios de pior e melhor indicador. Entretanto, vale destacar que esse padrão se repete nas demais regiões metropolitanas do Sudeste – cerca de 7 e 11 anos de defasagem entre os municípios de maior e menor longevidade, entre os municípios da RMRJ e da RMSP, respectivamente.

Ainda no tocante à esperança de vida, é possível observar elevada heterogeneidade entre as Regiões Administrativas de Belo Horizonte. Em algumas regiões, como a Pampulha, vive-se, aproximadamente, cinco anos a mais. Já no que diz respeito às Unidades de Desenvolvimento Humano de Belo Horizonte, há uma disparidade ainda maior, com diferença de quase 15 anos entre as dez UDHs que apresentam melhor e pior indicador. Em relação ao coeficiente de mortalidade infantil, destaca-se a evolução positiva do Colar Metropolitano ao longo do período de 2000 a 2006. Nesse último ano, a RMBH teve o melhor desempenho entre as regiões metropolitanas do Sudeste, com taxa de 13,3 a cada mil nascidos vivos. O mesmo se verifica Belo Horizonte, cujo coeficiente é de 12,9.

Embora afecções originadas no período neonatal não estejam entre os principais determinantes da mortalidade na RMBH, observa-se que a saúde infantil não apresenta indicadores favoráveis na capital mineira, onde a porcentagem de nascidos com baixo peso e a de mortalidade infantil neonatal (10,6 e 8,2) situam-se acima dos valores medianos para os municípios da RMBH e do Colar Metropolitano.

No tocante às condições de cobertura do sistema de saúde e do volume de recursos, Belo Horizonte e sua região metropolitana apresentam bons resultados. Comparado às regiões metropolitanas do Sudeste, a RMBH tem o segundo maior número de estabelecimentos que fazem atendimento ambulatorial público (988), atrás apenas da RMSP, que tem 1.218 estabelecimentos desse tipo. Vale ressaltar que, apesar de possuir um número menor de estabelecimentos, a cobertura da RMBH é melhor que da RMSP uma vez que sua população é quatro vezes menor. O mesmo se verifica para Belo Horizonte em relação às capitais da Região Sudeste. Em relação aos municípios da RMBH e do Colar Metropolitano, BH tem quase o dobro do número de estabelecimentos que fazem atendimento ambulatorial público de Contagem – segundo município da RMBH –, que tem 133 estabelecimentos. É importante notar que em 24 municípios há menos de 10 estabelecimentos, com implicações sobre a demanda dos serviços de saúde de atenção primária de Belo Horizonte.

No que diz respeito ao número de leitos hospitalares públicos por mil habitantes, a RMBH tem o pior desempenho entre as regiões metropolitanas do Sudeste, com 0,84 leito para mil habitantes. Em Belo Horizonte, a situação é um pouco melhor, com 1,2 leito hospitalar público para cada mil habitantes. Entretanto, Belo Horizonte tem a segunda pior colocação entre as capitais do Sudeste, à frente apenas de São Paulo. O recomendado pela portaria do Ministério da Saúde é de 2,5 a 3 leitos a cada mil pessoas.

Por fim, no que concerne à atenção primária, a RMBH possui a melhor cobertura do Programa Saúde da Família (PSF) entre as regiões metropolitanas do Sudeste, com aproximadamente 50% de sua população atendida pelo programa – nas demais regiões essa porcentagem não ultrapassa 30%. No Colar Metropolitano, a cobertura do PSF é ainda mais alta, atingindo mais de 60% das pessoas – cinco dos municípios com melhor cobertura na região pertencem ao Colar. Em relação a Belo Horizonte, os valores são bem parecidos, com o PSF chegando a pouco mais de 50% das famílias.

Transporte:

O modal de transporte rodoviário é absolutamente predominante em Belo Horizonte, seguindo a tendência brasileira, mas a ferroviária também se destaca em função de seu papel como agente fixador de Belo Horizonte como capital do estado e metrópole de importância nacional. Entre 2002 e 2007, a população da RMBH cresceu 9 %, enquanto que a frota cresceu 43 %; assim, passou-se de 4,2 para 3,2 pessoas por veículo no período. Além disso, o número de viagens tanto coletivas quanto individuais dobrou nos últimos 20 anos. Complementarmente, observa-se o aumento da participação dos automóveis na realização de viagens motorizadas, mas o veículo individual ainda ocupa o 3º lugar na distribuição de viagens por modo, após o transporte coletivo e a viagem "a pé" .

O transporte aéreo tem como referência para a RMBH três aeroportos: Carlos Prates, Pampulha e Confins (Tancredo Neves). O primeiro destina-se ao atendimento apenas de pequenos aviões privados. Os dois últimos atendem ao transporte de passageiros e somente Confins destina-se também ao transporte de carga. Vale destacar que os aeroportos atualmente não têm problemas com capacidade no conjunto de seus terminais (cargas) e estações (passageiros).

O Aeroporto de Confins tem sua acessibilidade exclusiva pela MG-10 (Linha Verde recém-ampliada). Nele, trabalha-se com o conceito "aeroporto-cidade" (implantação de hotéis, centros de manutenção, prestadores de serviço e indústrias). Esse conceito considera que empresas nele instaladas trabalhem em uma zona de neutralidade fiscal, sob regime de entreposto aduaneiro especial, sem ter de pagar impostos na importação de componentes, que serão utilizados na confecção de produtos para exportação.

No que se refere à comparação de trocas de cargas e passageiros – do Aeroporto Presidente Tancredo Neves (Confins) com os aeroportos do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, observa-se que Belo Horizonte em relação aos outros apresenta os menores quantitativos de trocas e movimentações de carga; mas o mesmo não acontece em relação aos passageiros.

Belo Horizonte é mais importadora que exportadora, em termos de transporte aéreo de carga. A relação é mais intensa com São Paulo, que perfaz mais de 50% das cargas nos dois sentidos. Essa mesma conclusão pode ser tirada em relação ao transporte de passageiros.

Para Belo Horizonte convergem várias rodovias, federais e estaduais, que permitem fazer sua conexão direta com as principais capitais do País (Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo) e com todo o interior do Estado, tornando-a uma importante alternativa de passagem na ligação Nordeste-Sul/Sudeste e Centro-Oeste/Sudeste.

As rodovias federais atravessam (e interferem com) as áreas conurbadas, articulando-se através do Anel Rodoviário. Ocorre que todas elas, e principalmente o Anel (por ser a principal via transversal do município), recebem intenso tráfego urbano, levando-as aos limites da saturação e interferindo agressivamente nas comunidades vizinhas. A construção da alça norte do novo Anel viria trazer um alívio importante para essas vias, permitindo também adequá-las melhor a uma conformação urbana.